domingo, 9 de janeiro de 2011

Modestas considerações sobre a profissão de jornalista

Com diploma nas mãos, milhares de jornalistas, no mundo inteiro, buscam um lugar no mercado escasso e competitivo da comunicação. Mas competitivo que escasso, é verdade, porque os ramos de atuação da atividade de reinventam e se realocam, aproximando-se de outras profissões, como o Design Gráfico, a Informática e a Administração.

Outro agravante é a constatação de que o processo comunicativo, hoje, não está mais nas mãos de uma elite. Na verdade, essa realidade é muito positiva, uma vez que por meio de diversas ferramentas, como a internet, a transparência, o diálogo e o fluxo de informações se intensificam.

No entanto, para o jornalista, o desafio aumenta, já que precisa mostrar seu valor e relevância para um sociedade em que todos podem ser, de certa forma, jornalistas. Mas existem algumas prerrogativas que indicam a diferença entre um redator de notícias e o profissional de comunicação.

Na minha curta jornada como jornalista e com base na constatação da veracidade dos “toques” que uma professora da faculdade nos dava (e muitas vezes não entendíamos), faço algumas observações sobre o desafio do comunicador em plena era global, digital e online.


1- Ser jornalista é estar atento 24 horas, é ouvir conversa de corredor, elevador, de conhecidos e estranhos em busca de pauta.

2- Ser jornalista é ser um curioso ao extremo. Não raramente, as pessoas ao nosso redor estão até mais bem informadas sobre os recentes acontecimentos do que nós. Nossa missão é contornar isso e ir além: linkar os fatos, pesquisar a fundo e proceder à análise crítica.

3- Muita gente é capaz de escrever bem uma matéria, aliás, o jornalista, ao longo da jornada, vai encontrar muitas pessoas que escrevem melhor do que ele (o que é angustiante!). A diferença é que ele deve saber hierarquizar informações, dividir os fatos dos “achismos”, ser claro, coerente, conciso e objetivo para informar o leitor. Muita gente escreve com primor, mas deixa lacunas de informação ao longo do texto. Mas se o seu texto é simples e completo, com certeza é preferível.

4- Não precisa nem dizer: ler muito e escrever muito é essencial. No meu caso, sou uma devoradora da gramática; uma primeira leitura da matéria, muitas vezes, é só para reparar as estruturas frasais utilizadas pelo jornalista.

5- O comunicador, hoje, enfrenta um grande desafio de ser um profissional multitarefa. Portanto, os estudos constantes e as especializações já são pré-requisitos. No meu caso, ter feito um curso de manipulação de softwares gráficos foi um salva-vidas para o emprego atual. Idiomas e noções de administração (principalmente para exercer atividades de comunicação interna) também são importantes.

6- Uma vez foi me dito: quem pensa claro, escreve claro. Isso é muito verdade! Na hora de falar, precisamos escolher as palavras com cuidado e procurar acertar na concordância. Creio que essa atitude estimula o cérebro de alguma forma quando vamos escrever. O resultado da prática continuada é um texto mais claro e descrições mais acertadas e objetivas.

7- Grande parte do trabalho do jornalista reside na organização, principalmente na atividade de assessoria de imprensa em que as atividades do dia a dia são bem diversificadas. Sem organização as prioridades se perdem, junto com a credibilidade dos clientes. Mas nas redações não é diferente: sem uma agenda organizada os prazos se estrapolam e o jornalista fica mais estressado do que o de costume. Portanto, é melhor se estressar com uma rotina organizada do que com o nervosismo dos prazos apertados devido à falta de organização.

Essas são algumas notas que me vieram à mente recentemente, mas com certeza há muito mais considerações para serem feitas. Se você é jornalista (ou não) e está visitando este site, pode fazer também suas observações nos comentários e dividir sua experiência. Fique à vontade!





Um comentário:

Deise Batista disse...

Giu você é uma excelente profissional. Não me surpreendo quando leio seus ótimos textos.
Será como o vinho: quanto mais passarem os anos, melhor!
Tenho alegria e orgulho por ter testemunhado o início de sua caminhada. Beijo!